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Meu Relato de Amamentação

Atualizado: 9 de ago. de 2023

Já que estamos em Agosto Dourado, mês da conscientização sobre os benefícios da amamentação, resolvi escrever o meu relato de amamentação.


Há 4 anos atrás, nasceu minha primeira filha. Durante toda a gestação, eu li muito sobre o desenvolvimento fetal e outros assuntos relacionados à gravidez e pós parto. Na época eu ainda não era Baby Planner e não tinha estudado sobre o assunto.


Li sobre amamentação, pega correta, tipos de bico, colostro, etc. Mas sempre vi imagens de mulheres amamentando com plenitude. Portanto, achava que amamentar não seria tão difícil assim.

Meu obstetra deu algumas dicas para preparar as mamas para a amamentação e formar o bico (já que meu bico era plano, ou seja, poderia ser difícil o bebê abocanhar). Fiz tudo o que ele me instruiu e achei que seria o suficiente.


Se eu pudesse voltar em 2015 e dar um conselho para a Raquel daquela época, eu diria: Prepare-se para amamentar, busque informação de qualidade e profissionais qualificados para esse processo, pois, não é tão fácil quanto parece.

Após meu segundo parto, vi a enorme diferença que a informação faz.


Imagem: Freepik.com

Primeiro Filho

Logo que minha filha nasceu, ela foi colocada no meu peito para sugar. Esse procedimento é denominado "Golden Hour" e é realmente uma hora de ouro para o sucesso da amamentação. O recém nascido nasce com instinto de sugar e o corpo da mãe é perfeito para entender que o bebê nasceu e precisa produzir leite (ou colostro, que é produzido logo após o parto).


Minha filha não pegou o peito na sala de parto, mas depois no quarto, com a ajuda da enfermeira, conseguimos fazer ela sugar e começar a mamar. Perfeito, certo? Ainda não, mas já é um primeiro passo para o processo.


Mama Acessória


Ainda na maternidade, minhas axilas incharam absurdamente e ficaram super doloridas. Mostrei à enfermeira e ouvi pela primeira vez o termo "Mama Acessória". É uma glândula mamária fora das mamas. No meu caso, nas axilas. Os embriões possuem várias mamas distribuídas em uma linha que vai da axila até a região genital. Porém, elas atrofiam e restam apenas os seios. Não se sabe ao certo o motivo, mas em algumas pessoas, essa regressão não ocorre por completo e restam mamas nesta linha. O mais comum é nas axilas, como é o meu caso.


Com a produção de leite pós parto, essas glândulas incharam e era necessário fazer compressa para reduzi-las.


Quando fui para casa e o leite desceu pra valer, essas glândulas pioraram significativamente e precisei fazer compressas várias vezes ao dia.


Mastite e Ingurgitamento


A produção de leite aumentou, mas a minha filha não mamava no mesmo ritmo. As mamas começaram a ficar duras e quentes. Então, além de fazer compressas nas axilas, tinha que fazer nas mamas também.


Meu obstetra já havia me falado sobre a importância de massagear as mamas para evitar o ingurgitamento (uma sensação de empedramento e mamas muito cheias). Apesar de eu ter feito a massagem algumas vezes e usar a bomba extratora de leite manual (que por sinal, é horrível, porque dói a mão e extrai pouquíssimo leite), não foi suficiente para evitar a mastite.


Mastite é uma infecção causada pela obstrução do canal de leite.


Com apenas 7 dias pós parto, tive que ir para o pronto socorro, pois estava com febre e muita dor. Foi necessário tomar antibiótico, mas a amamentação foi mantida. Além disso, reforcei a massagem e as compressas até melhorar.


Fissuras


As fissuras no bico dos seios é comum nas primeiras semanas de amamentação. O atrito constante com a boca do bebê deixa a região mais sensível e se a pega não estiver correta, pode piorar a situação e causar até sangramentos.


Lembro bem da sensação de dor que eu senti e como tudo isso me deixou exausta: fissura, dor, seio endurecido, axilas inchadas e doloridas. E no meio dessa rotina maluca com um recém nascido, eu ainda tinha que encontrar tempo para cuidar das minhas mamas.


Aprendi a tirar o bebê das mamas e reposicioná-lo sempre que percebia que a pega estava errada. Foi um longo processo, mas com o tempo deu certo.


Tentei usar as conchas de silicone da Avent, mas confesso que me incomodava bastante. O único procedimento que usei para melhorar as fissuras com sucesso, foi a pomada de Lanolina da Lansinoh após cada mamada. Foram várias semanas de uso, até melhorar e só consegui amamentar bem, sem dor, após o primeiro mês.



Persistência


Esse sofrimento crítico demorou cerca de 15 dias para melhorar, mas a amamentação só fluiu naturalmente e me vi na cena da mãe amamentando com plenitude após o primeiro mês. Ou seja, existe luz no fim do túnel.

Mediante essa experiência, eu costumo dizer que o universo conspira contra a amamentação. É dor, fissura, seio empedrado, leite vazando, roupas adequadas que nem sempre são bonitas, sociedade criticando amamentação em público, restrição de bebidas alcoólicas e em alguns casos até mesmo restrição alimentar, etc... A mãe tem que ter muita força de vontade para conseguir amamentar. Mas ainda mais importante é a rede de apoio, ou seja, ter incentivadores por perto, como o pai do bebê, a mãe da mãe, sogra, amigas e outros familiares.

Se durante esse processo de dor, dificuldade, noites mal dormidas, a rede de apoio falhar e começar a incentivar o uso de fórmula infantil, minha amiga, a chance de você desistir, é enorme.


O pai pode (e deve) ajudar na amamentação, com incentivo. Sério, papais, vocês não sabem como essa ajuda é importante.


Segundo Filho


Meus filhos tem diferença de 4 anos, e no decorrer desse período, eu me formei como Baby Planner e estudei sobre amamentação.


Durante a gravidez, eu me atualizei sobre o tema e confesso que lá no fundo eu tinha esperança de que desta vez, fosse mais fácil. Mas me preparei para todas as dificuldades.

Eu tive exatamente as mesmas dificuldades da amamentação da minha primeira filha, mas consegui me preparar e minimizar os impactos de cada uma delas.

Mama Acessória

A tal mama na axila resolveu dar as caras ainda durante a gravidez, mas não havia muito o que fazer.


Quando o leite desceu e a axila realmente inchou e começou a ficar dolorida, eu já comecei a fazer as compressas.


Meu obstetra recomendou compressa morna (não pode ser muito quente) e de fato, é muito mais confortável do que a compressa fria.


Eu fazia compressa durante o banho e mais 2x ou 3x ao dia com bolsa térmica de gel.

Em cerca de 3 dias, já estava bem melhor, sem dor.

Mastite e Ingurgitamento

A solução foi a mesma da mama acessória: Compressa Morna!


Comprei uma bolsa térmica de gel bem grande, que eu conseguia abranger o seio e a axila ao mesmo tempo. Assim, eu ficava menos tempo fazendo compressa.

Fiz as compressas nas mamas por cerca de 5 dias. As axilas melhoraram rapidamente, mas a mama ainda ficava bem cheia e quente.

Eu tinha receio de apresentar o mesmo quadro de mastite que tive no primeiro filho, então, decidi alugar uma bomba extratora de leite elétrica.


Se há 4 anos atrás eu soubesse da possibilidade de alugar esse tipo de equipamento, teria sido muito mais fácil. Uma boa bomba extratora elétrica custa caro e não vi necessidade de comprar no meu enxoval.


O custo de locação é muito mais baixo e vale a pena para quem vai usar pontualmente, como foi o meu caso.


Aluguei na Cantinho da Mamãe. Recomendo o serviço e o atendimento, recebi a máquina no mesmo dia.


O único detalhe é que na mesma noite em que eu ia começar a usar o extrator, meu bebê começou a MAMAR MUITO! Ele praticamente esvaziou as duas mamas em uma noite.

Acordei na manhã seguinte bem mais aliviada e daí pra frente, a produção de leite se ajustou de acordo com a demanda do bebê.



Fissuras


Eu já previa que teria fissuras novamente e comprei a famosa Pomada de Lanolina Lansinoh antes do parto.


Porém, alguns dias antes do bebê nascer, vi um post no Instagram da Constance Zahn sobre as conchas de prata Silverette. Algumas seguidoras dela, haviam indicado essas conchinhas como um verdadeiro milagre para as fissuras no bico do peito.


Pesquisei sobre as conchas e encontrei relatos positivos. Aparentemente, essa concha é muito usada na Europa e são vendidas aqui no Brasil, mas achei o valor alto (R$ 490,00). Fiquei na dúvida se valia a pena comprar ou não e numa conversa com a minha mãe, ela disse "É o seu seio e só você sabe a dor que sentiu com as fissuras. Quanto vale o seu bem estar?". Foi o suficiente para eu comprar as conchinhas.


Comprei no site oficial aqui do Brasil (link aqui) e recebi a entrega no dia seguinte. Foi o melhor investimento. Essas conchinhas realmente são incríveis!


Como era de se esperar, tive as fissuras no bico ainda na maternidade. Pedi para meu marido buscá-la em casa (recomendo já levar as conchas na mala de maternidade) e comecei a usar em conjunto com a pomada de lanolina. O resultado foi realmente rápido.


É um produto tão bom, que merece um post exclusivo, explicando detalhes. Resumidamente, "a prata é um metal antimicrobiano, antifúngico e antibacteriano natural que também contém agentes anti-inflamatórios. Cura e previne cortes, feridas, rachaduras, dor e infecções" (retirado do site da Silverette).


Meu peito cicatrizou em menos de 1 semana e as fissuras foram bem mais leves e menos incômodas do que na primeira gravidez.


Além de usar a concha de prata e a pomada de Lanolina, aproveitei alguns momentos de banho de sol do bebê para tomar um pouco de sol nos mamilos também. Isso ajuda muito na cicatrização. No décimo dia após o parto, eu não precisei de mais nenhum método, pois, o mamilo já estava totalmente cicatrizado e a amamentação fluiu bem.


Update: Consegui um cupom de 10% de Desconto exclusivo para vocês :)

Use o Cupom: NAPALMADAMAE na loja online da Silverette (Link do produto aqui)



Resultado Final


Conhecer as técnicas e os equipamentos que poderiam me auxiliar nas dificuldades da amamentação, tornaram esse momento muito mais fácil e com rápida recuperação.


Se eu esperasse os problemas aparecem como as fissuras e o ingurgitamento para só depois buscar informação e ajuda (como ocorreu na minha primeira gravidez), certamente, eu sofreria por mais tempo até encontrar a solução.


Eu citei aqui apenas alguns problemas que podem dificultar a amamentação, que foram os problemas que eu tive. Mas existem ainda outros inúmeros fatores, que devem ser avaliados individualmente.


Como Evitar Problemas na Amamentação?


Buscar informação de qualidade sobre amamentação e se preparar para esse momento, certamente é um fator de sucesso. Mas mesmo assim, é provável que ainda exista algo que dificulte a amamentação. Continue buscando boas informações e se for necessário, procure ajuda de uma consultora de amamentação, que irá avaliar seu caso e recomendar as melhores técnicas para solucionar o seu problema.


Outra opção excelente é fazer um curso de amamentação online, ainda durante a gestação, para aprender tudo sobre esse tema e evitar possíveis problemas que possam ocorrer. Recomendo o curso da Mariana Sena, doula e especialista em amamentação.


Clique aqui e saiba mais sobre o curso de amamentação.


Esse curso vai te ensinar sobre a pega correta do bebê, afim de evitar as temidas fissuras. Quais são os melhores acessórios para facilitar a amamentação e como manter uma ótima pdorução de leite. Tudo o que a mamãe de primeira viagem precisa saber.


Se eu tivesse feito um curso desses antes da minha primeira filha nascer, tenho certeza que teríamos evitados vários problemas e o processo de amamentação teria sido mais fácil.



Dica Extra


Uma dica que vale para todas as mulheres em aleitamento materno é: BEBA MUITA ÁGUA!


A ingestão de água é fundamental para a produção de leite. Beba, no mínimo 3 litros de água por dia. Crie o costume de amamentar com um copo d'água ao lado.


Essa é a recomendação de uma mãe que foi diagnosticada com vários microcálculos renais após amamentar a primeira filha, e que aprendeu a lição e agora ingere MUITAAAA água para amamentar o segundo filho.


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